Srs,
São 20:00, de sábado, dia 15/10/2011, acabei de chegar em casa e vir para o meu quarto, liguei a televisão e estava passando um comercial do partido na Rede Globo, onde o assunto em destaque era a família. Onde a chamada para o partido era “Homem + Mulher + Amor = Família”.
Me chamo Fábio, tenho 30 anos, solteiro, Pedagogo, cursando Pós Graduação em Psicopedagogia...
Ps: 20:03, comercial dando outra vez...
...cristão, não evangélico. Sou Cristão. Não o ‘ser cristão porque crer em Cristo’. Sou Cristão. Nascido numa família evangélica religiosa. Eleitor da Zona 002. Cidadão.
Estou escrevendo e espero que meu e-mail chegue antes da repercussão que este comercial pode dar, não sei se já pode ter dado, pois não vi antes, acabei de vê-lo agora.
No âmbito educacional entende-se que família é aquela onde vivemos e nem sempre esta família é conceituada na figura de pai e mãe. Uma criança ela pode viver, ser criada, com pais, mães, pai e mãe, avós, padrinhos. O conceito família mudou a muito tempo aqui fora, alias a própria bíblia da um conceito diferente de família.
Às vezes não há amor entre os pais e o que este comercial me diz é que esta família não existe. Este comercial também me diz que uma criança adotada não tem família, já que uma pessoa solteira pode adotar e fazer uma família com esta criança.
Este comercial também me mostra o comportamento preconceituoso ensinado religiosamente nas igrejas.
Religião e futebol não se discutem, por isso que eu acho que a religião e política não deveriam se misturar. Pois se nem nas igrejas se faz o que deveria ser feito pela sociedade, imagina quando este poderio soma-se a política.
Peço, como cidadão que revejam os princípios deste partido. Que os Srs. não pequem pela intolerância e tenham visibilidade política. Ser político não é defender religião, e sim defender a verdade a favor do povo. Deus não precisa de advogados e nem de defensores.
Torço para que sejam sábios e se tornem agregadores e não afastem quem carece de ajuda e entendimento. Quem carece de amor e não de ódio e desrespeito.
Entendam e não misturem política e religião. E usem esta ferramenta para agregar e não para desvalorizar.
Em um estudo dentro da igreja, isto há muitos anos, quando estudávamos para lecionar no departamento infantil eu ouvi do professor falou o seguinte: “Temos que ter cuidado ao falar de papai do céu.” – as vezes uma criança tem um pai violento, as vezes ela não tem pai. Ela pode ter sofrido uma violência de seu pai. E quem disse que este pai do céu não é igual ao pai da terra.
Estou falando de crianças, pois elas são seus futuros eleitores. São elas que se atentam a voz desta criança que narra o comercial do partido e vêem aquele colorido e ai não entendem o que é uma família no conceito desta matéria.
Não entrem nas casas para desfazer o que está construído, entrem para agregar valores e estes são particulares de cada um.
Atenciosamente
Fábio Figueira da Silva